Oito parlamentares defenderam recebimento da denúncia contra o presidente da República. Lelo e Marcus Vicente apoiaram Teme

Sem surpresas, oito dos 10 deputados federais capixabas votaram pelo prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), acusado de corrupção passiva pela Procuradoria Geral da República no âmbito da Lava Jato. Foram eles Sérgio Vidigal (PDT), Givaldo Vieira (PT), Jorge Silva (PHS), Paulo Foletto (PSB), Norma Ayub (DEM), Carlos Manato (SD), Helder Salomão (PT) e Evair de Melo (PV).
Apenas Evair havia se declarado indeciso, na véspera, sendo o único capixaba a ler o curto voto em plenário. Os dois defensores do engavetamento da ação contra o presidente foram Lelo Coimbra (PMDB), líder da Maioria, e Marcus Vicente (PP), coordenador da bancada do Estado em Brasília. Ignorando desgastes políticos advindos do apoio a um governo impopular e com reprovação de 70%, ambos defenderam Temer e ressaltaram a necessidade de o país se estabilizar politicamente para fazer reformas e voltar a crescer.
Em seus breves pronunciamentos na hora do voto a favor da investigação, os demais parlamentares condenaram a corrupção e defenderam que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisasse imediatamente a denúncia contra Temer.
Durante sessão realizada nesta quarta-feira (02), os parlamentares capixabas votaram após as 20h30 , quando já não havia possibilidade, numericamente, de a Câmara dos Deputados acatar a acusação da Procuradoria-Geral da República. Na verdade, mesmo diante do clima de vitória de Temer no plenário, muitos parlamentares, embora beneficiários de emendas parlamentares, resolveram não pagar o preço do apoio público ao governo.
“Pelo fortalecimento da jornada de restauração da economia em nosso país, pelas reformas que precisam da estabilidade política para que ocorram, pelo nosso trabalho de fortalecimento das instituições brasileiras, o meu voto é a favor do relatório feito pela comissão e que aqui está em votação”, argumentou Lelo.
Vidigal seguiu outra linha e endossou o apoio à Lava Jato ao votar “não” ao parecer de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) – aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, o relatório pediu o arquivamento da denúncia: “Pelo fortalecimento da Operação Lava Jato, pelo princípio republicano de que a lei vale para todos, em respeito aos 81% dos cidadãos brasileiros hoje totalmente contra a corrupção, a favor da ética na política, contra a impunidade, eu voto pelo prosseguimento da ação e contra o relatório”, justificou o pedetista.