Linhares – Pesquisadores das universidades federais do Espírito Santo (Ufes), do Rio Grande (FURG) e do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) iniciaram, na semana passada uma nova expedição na área atingida pelos rejeitos de mineração da Samarco/Vale-BHP em decorrência do rompimento da barragem em Mariana (MG), em novembro de 2015.
Os levantamentos acontecem até esta quarta-feira (27), com o objetivo de monitorar os impactos da lama na foz do Rio Doce, em Linhares e nas unidades de conservação (UCs) federais marinhas Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas e Refúgio de Vida Silvestre (Revis) de Santa Cruz, em Aracruz. Em seguida, entre os dias 29 e 30, a equipe se desloca para o Parque Nacional (Parna) Marinho de Abrolhos, na Bahia.
A pesca na região da foz do Rio Doce continua proibida, na área entre Degredo, em Linhares, até Barra do Riacho, em Aracruz. Mas pescadores e os próprios pesquisadores já alertaram para a necessidade de estender os limites, devido à contaminação da água e dos peixes e dos inúmeros registros de problemas de saúde nas famílias afetadas pelo crime no Espírito Santo.
Os pesquisadores, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), irão verificar como está o comportamento da lama de sedimentos nas unidades de conservação administradas pelo Instituto. Para isso, explica o analista ambiental do Tamar/ICMBio, Nilamon de Oliveira Leite Júnior, serão mais uma vez coletadas amostras de água, sedimentos e organismos vivos, como peixes, camarões e plâncton.
Dentro da extensa área atingida no Estado, foram verificados impactos relevantes na região entre Barra Nova/São Mateus e Barra do Riacho/Aracruz, incluindo, além das UCs monitoradas na atual expedição, a Reserva Biológica (Rebio) Comboios, em Linhares.