O secretário de Meio Ambiente de Linhares, Lucas Scaramussa, afirmou que o município vem acompanhando as negociações entre os setores prejudicados pelo desastre ambiental da Samarco, (comércio, turismo e setor pesqueiro) e que foi proposto um processo de escalonada de compensação por lucros cessantes.
“As comunidades estão fazendo proposta de pagamento de 100% do lucro cessante de 2016 e 2017, e também ao longo de 2018, diminuindo gradativamente ao passo que o potencial de comércio e turismo volte ao normal. Mas os setores só vão se reestabelecer se houver um pacote de investimentos que os resgate pela Fundação (Renova). Estamos acompanhando todos os processos “, afirmou o secretário.
Segundo o presidente da Associação de Pescadores de Povoação, Simião Barbosa, para um diálogo referente a indenizações, está sendo requerido dos pescadores documentos que comprovem as perdas. Além disso, ele revela que, pela necessidade, alguns pescadores não estão deixando de pescar na foz do Doce, apesar da proibição.
“Está proibida a pesca na foz, mas tem gente pescando. Tem gente dizendo que o peixe está gordo. Eu comi, mas não gostei, achei muito ruim. O pescador artesanal não guarda nota de nada, não é acostumado com isso. Os processos que eles estão pedindo estão muito burocráticos, comparando com a realidade”, disse Simeão.
“Estamos dialogando no intuito de mostrar a dimensão e a importância do setor para a cadeia produtiva do município. Muitos dos pescadores não são formalizados, não têm como passar essa dimensão para a fundação e conhecemos o tamanho da perda que estão tendo. Os pescadores de Regência já estão caminhando neste processo nas reuniões e nós estamos acompanhando”, afirmou o secretário.
Lucas Scaramussa disse, inclusive, que o peixe saiu da merenda escolar das escolas municipais, já que era comprado da Associação de Pescadores de Regência (APR). “Sempre compramos o pescado de lá, até para manter o equilíbrio nutricional, mas hoje não adquirimos mais”.