Policiais e familiares estão na lista, acusados de formação de organização criminosa, estão na lista atentado à segurança e ao funcionamento de serviços de utilidade pública
Através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), ofereceu denúncia contra 22 pessoas, dentre policiais e familiares, pela participação no movimento que paralisou as atividades da Polícia Militar, no mês de fevereiro deste ano (os nomes dos acusados no final da matéria).
Eles estão sendo acusados de crimes como formação de organização criminosa, atentado à segurança e ao funcionamento de serviços de utilidade pública, incitação pública à prática de crime, promoção de fuga de pessoa legalmente presa e desacato a funcionário público no exercício da função.
As apurações apontam a deflagração e a manutenção por tantos dias do ilegal movimento grevista da Polícia Militar apenas foi possível em razão da atuação coordenada de policiais militares (planejamento, incitação e segurança das manifestantes), representantes de algumas associações classistas (apoio jurídico e material, além da incitação à adesão ao movimento) e familiares de policiais (atuação articulada para promover e manter o bloqueio das unidades, sendo constituída, inclusive, uma comissão com representantes dos batalhões da Grande Vitória, que funcionava como um órgão gestor).
As investigações, realizadas com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar, utilizaram materiais publicados nas redes sociais, interceptações das comunicações telefônicas e telemáticas, dados extraídos dos celulares apreendidos, redes de relacionamentos e contatos, fotografias e filmagens dos protestos e manifestações realizados, além de documentos apreendidos nos endereços residenciais dos investigados.
Em março, na primeira fase da operação “Protocolo Fantasma”, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 23 mandados de busca e apreensão e expedidas 17 notificações para depoimento. Foram presos preventivamente um policial militar, um ex-policial e duas mulheres. Posteriormente, foram presos temporariamente um policial militar e a esposa de um ex-policial militar. O policial repassou informações do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, permitindo que investigados ocultassem provas, enquanto a esposa do ex-policial ocultou o celular do cônjuge para apagar dados armazenados.
Os denunciados são:
Lucínio Castelo Assumção, conhecido como “Capitão Assumção”
Walter Matias Lopes, conhecido como “Matias”
Aurélio Robson Fonseca da silva, conhecido como “Robinho”
Marco Aurélio Gonçalves Batista
Nero Walker da Silva Soares
José Ricardo de Oliveira Silva
Leonardo Fernandes Nascimento
João Marcos Malta de Aguiar
Angela Souza Santos
Claudia Gonçalves Bispo
Flavia Roberta Arvellos Aguiar Pontes
Clayde Berger de Oliveira
Larissa Assunção da Silva
Jocilene Moreira Andrade
Bruna Santos Brioschi
Gilmara Silveira Rodrigues Vazzoler
Laís Soares Fernandes
Bianca da Cruz e Silva
Raquel Fernandes Soares Nunes
Tamires Severina da Silva
Débora Caroline Will
Izabella Renata Andrade Da Costa
Associações negam envolvimento na greve
Por meio de nota, o presidente da Assomes, tenente-coronel Rogério Fernandes Lima, afirmou que as associações de classe que representam os policiais militares não tiveram parte na greve de fevereiro. “A denúncia só confirma o que a entidade informou