Cerca de 100 promotores participam da força-tarefa. Dez deles atuam na equipe de coordenação dos trabalhos, liderados por Pedro Ivo. Uma segunda reunião com o grupo está prevista para a esta sexta-feira
A greve dos policiais militares durou 22 dias. Durante o período, os acessos do quartel, batalhões e unidades da PM foram bloqueados, impedindo a saída das viaturas. Sem policiamento nas ruas, as cidades capixabas viveram o caos, com o registro de diversos tipos de crimes. Só assassinatos foram totalizados 200 casos. Há suspeitas até do envolvimentos de policiais em milícias, que seriam responsáveis por algumas destas mortes.
Um grande levantamento de todos os tipos de crimes praticados durante a greve dos policiais militares começará a ser feito pela força-tarefa criada pelo Ministério Público Estadual (MPE). O objetivo é garantir que os fatos sejam investigados, principalmente aqueles relacionados aos assassinatos. “Nada será esquecido”, garantiu o promotor Pedro Ivo de Souza, que coordena os trabalhos.
A dificuldade inicial, explica ele, é que durante o período da greve as ocorrências foram registradas onde era possível. “Uma delegacia da mulher, por exemplo, passou a registrar outros tipos de ocorrência, em função da gravidade da crise. Será preciso agora fazer um apanhado geral destes crimes e tudo terá que ser organizado e gerenciado”, relatou.
Pedro Ivo acrescenta que os promotores têm condições ainda de obter informações também junto a outras fontes para complementar os dados da polícia.
O objetivo é identificar o que aconteceu em cada cidade capixaba, sejam assassinatos, roubos, furtos, ameaças, danos ao patrimônios, queimas de ônibus, dentre outros. Ao final será feito um relatório que será apresentado à sociedade. “Queremos atuar com transparência, mostrando com clareza para a sociedade tudo o que ocorreu neste período, que foram fatos muito graves”, relatou o promotor.
Fazem parte da equipe, segundo portaria publicada no Diário Oficial de ontem, promotores que atuam nas seguintes áreas: penal, comum e militar, controle externo da atividade policial, os que atuam em investigação criminal, os que já acompanham inquéritos policiais cujos objetos sejam delitos ocorridos durante a greve da PM, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Foto: Tânia Rêgo/ABR