Especialista explica que com o desmatamento, as onças buscam alimentos, principalmente, em criações de gado. Na foto, bezerro é encontrado morto, após suposto ataque de onça parda, em João Neiva; episódio é o segundo em uma semana
Recentemente um bezerro apareceu morto, na propriedade rural do agricultor Rafael Torre Mariano, de 30 anos, em João Neiva. O animal estava com o pescoço dilacerado e ossos do pescoço estilhaçados. O ataque foi atribuído a uma onça que rondava a região e tem deixado os moradores com medo.
Segundo o produtor Rafael, os moradores da região já falavam de uma onça que estava rondando várias propriedades rurais. “Mas ninguém ficou sabendo de ataque. Nós até ficamos sabendo de uma onça que havia sido atropelada na rodovia, e imaginamos que poderia ser a mesma”, explica.
De acordo com o agricultor, que possui mais bezerros e vacas de pequeno e médio porte, todos os animais foram alojados em um curral na propriedade para que sejam evitados novos ataques. “Até eu estou com medo. Eu ando sozinho e sem proteção. E os animais? Não tenho coragem de deixa-los soltos tão cedo, mas também não sei até quando eles vão aguentar presos. Estão acostumados a andar pelo pasto e ficarem livres”, comenta.
Há cerca de duas semanas, um caso semelhante aconteceu com um vizinho. Rafael relata que num sítio a três quilômetros de sua propriedade um bezerro também foi atacado e encontrado morto da mesma forma. “Mas os donos não tiraram foto, não sabem dizer se foi onça. Mas eu tenho 99% de certeza que o meu bezerro morreu atacado por uma onça”, finaliza.
Rafael também conta que nunca havia reparado em animais desse porte na região. O agricultor diz que até então não reparou em pegadas nem qualquer outro vestígio que indicasse a presença de animais desse porte em sua propriedade.
Últimos refúgios
No Espírito Santo, um levantamento do Instituto Últimos Refúgios revela que há cerca de 30 onças pintadas, que ficam concentradas em Sooretama, Região Norte do Estado. Em contrapartida, não há uma estimativa de onças pardas. Leonardo esclarece que o número dessa subespécie não é possível de ser levantado porque esses animais se locomovem muito e por longas distâncias, o que dificulta o mapeamento. Foto Rafael Torre Mariano.