Roberto Junquilho (seculodiário.com.br)
Apoiadores da candidatura do empresário Egídio Malanquini à presidência da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) sinalizam que a eleição deverá ser definida na Justiça, considerando que está se esgotando o prazo, já que o pleito será realizado no próximo dia 30, e a Comissão Eleitoral ainda não justificou os motivos de ter alterado a forma de votação para virtual.
Após protestos encaminhados por sindicatos filiados, a Comissão Eleitoral respondeu com uma ata, informando que a eleição será presencial e virtual, conforme a opção de cada eleitor. Não explica, no entanto, em que plataforma digital, quem está apto a votar e quais os procedimentos. Para os apoiadores de Egídio, “o atual presidente, Léo de Castro, articulou a eleição virtual com o presidente da Comissão Eleitoral, Aristóteles Passos Costa Neto”.
Explicam: “Cada sindicato tem quatro delegados e em diversos casos, existe uma divisão, onde o presidente apoia um candidato e os diretores, outro. Quem está apto a votar virtualmente?, questionam, e acrescentam: “Já foram notificados para apresentar a lista de eleitores e estamos a nove dias da eleição e, por isso, é preciso dizer que não existe previsão nos estatutos da Findes para eleição virtual. Caminha para a Justiça”.
Na última sexta-feira (17), foi protocolado um requerimento junto à Comissão Eleitoral para ter acesso a relação de eleitores. “Algo absurdo, faltando menos de duas semanas a Findes não divulga quais são os eleitores. Estamos documentando tudo e a eleição pode acabar na Justiça”, comenta um apoiador. Além de Egídio Malanquini, concorre à presidência da entidade a empresária Cristhine Samorini, apoiada pelo atual presidente.
Manifesto que circula entre empresários ressalta que “isso só interessa a Léo [de Castro] e à candidatura da situação, que ainda tenta manobrar o processo eleitoral pelos seus próprios interesses, tentando salvar uma candidatura que não decolou por falta de conteúdo próprio e de um legado que era esperado pela atual gestão, que prometeu a redenção da indústria pela inovação, mas não tem entregas ao fim do mandato”.
Eleitores afirmam que foram surpreendidos com a mudança de votação presencial para virtual, sob a justificativa da quarentena do coronavírus, principalmente porque a indústria defende a flexibilização do isolamento social, havendo, portanto, contradição nesse comportamento.
A alteração para votação virtual foi definida no último dia dois, em reunião da comissão eleitoral, formada pelos empresários Aristóteles Passos Costa Neto, Emílio Augusto Barbosa, Marcos Guerra, Fernando Otávio Campos da Silva e Flávia Fardim Antunes Bringenthi. Essa decisão, no entanto, gerou polêmica, principalmente pelo fato de a eleição envolver apenas 32 votantes, que poderiam comparecer ao local indicado em horários diferenciados. Desse modo, seriam obedecidas as recomendações das autoridades sanitárias.