Era um sábado como outro qualquer, sem chuva e estava participando com amigos da festa anual do Sindimol em Linhares, que já se tornou tradição. Devo ter participado mais de quinze vezes. É a oportunidade de saborear um bom churrasco, bebe um chopp e uma boa cachaça.
Além de tudo também a fraternidade. Rever os amigos, entre eles, Guerino Zanon, Tarcisio Silva, Paulinho Nascimento, Bruno Marianelli, Edval Santana, Antonio Roberte Bourguignon, Luiz Durão, Lucas Scaramussa, Vanessa Bergamaschi, José Angelo Pandolfi, José Américo, Marcelo Calimam, e por aí a fora. Estava acompanhado dos jornalistas José Carlos Leite e Samuel Silva Martins. Até que em dado momento fui apresentado ao Ronaldo Coelho Garozzi, da Madeiras Garozzi de Sooretama. Quando pediu que repetisse meu nome, me abraçou e disse, “se você é o Vicente jornalista, meu pai é seu padrinho”. E aí conversa vai, conversa vem, lembrei que minha mãe dizia que meu padrinho de batismo era um vizinho de terra, residente em Santa Fé, uma região de Colatina, onde fica o aeroporto e duas penitenciárias. E que seu nome era Democir Garozzi.
Conversando com Ronaldo, filho de Democir, este falou que meu padrinho tinha um grande desejo de encontrar comigo e me conhecer, já que após o batismo, nunca mais teve contato comigo. E ele mora tão perto. Continua com propriedade em Santa Fé e residente no bairro Maria das Graças, em Colatina. Tem pouco mais de 80 anos, e uma excelente saúde. Ainda não encontrei com ele, mas vou vê-lo nos próximos dias, antes do natal deste ano de 2022.
Como diz o ditado popular, o mundo dá muitas voltas. Nasci em Colatina, mas só retornei em 1975, 21 anos depois. Talvez tenha faltado boa vontade ou falta mesmo de oportunidade para procurar meu padrinho. Displicência de ambas as partes. Mas a culpa maior é minha, que por ser mais jovem e trabalhar em jornal, poderia tê-lo localizado a mais tempo. As histórias se cruzam e se transformam, nos emocionando e dando o combustível necessário para seguir.
É muito emocionante poder agora conhecer meu padrinho. Não tenho mais meus pais e vejo em Democir, uma figura paterna (talvez pela idade), que faz bem ao meu ego, me encanta e me leva aos remotos tempos de infância.
Agradeço a Deus o privilégio de ainda ter meu padrinho. Jesus, Senhor Deus do Universo, nos abençoe e nos proteja.
(*) Jornalista e advogado, editor da Rede Diario-ES.