Os abusos foram descobertos na escola do menino, quando professores estranharam o comportamento da criança
Linhares – A delegada Suzana Duarte Garcia, titular da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso de Linhares está investigando o caso que levou um casal a ser preso em Linhares, pelo estupro de um menino de apenas 4 anos. Quem cometia o crime era o padrasto da criança, um homem de 36 anos. A mãe, de 26 anos, não praticava os abusos, porém sabia o que o filho sofria e não fez nada para protegê-lo, de acordo com a Polícia Civil.
Segundo a delegada Suzana Duarte Garcia, os abusos foram descobertos na escola do menino. “Ele apresentava um comportamento inadequado para a idade dele, com uma sexualidade aflorada. Professoras estranharam e uma pedagoga o chamou para conversar. A criança contou detalhes e a escola chamou o Conselho Tutelar, que denunciou o crime para a Polícia Civil”, explicou.
O menino foi levado ao hospital e o exame confirmou os abusos sexuais que ele sofria. Há ainda gravações que confirmam o crime. “Um familiar desconfiou que a criança era estuprada e questionou a mãe, que confirmou tudo. A pessoa gravou a conversa e o áudio está sob segredo de Justiça”, contou a delegada.
Depois de diligências, a polícia descobriu que o menino sofre abuso há pelo menos um ano. “A mãe sabia de tudo e não protegeu o filho. Ela não soube explicar por que não retirou o filho daquela casa e o afastou do padrasto. Apenas afirmou que brigou com o marido e tentou resolver o problema na esfera familiar. Na condição de garantidora do menino, ela vai responder por estupro por omissão imprópria”, detalhou Garcia.
Agora, o padrasto vai responder por estupro de vulnerável e foi encaminhado ao Presídio de Xuri, em Vila Velha. Já a mãe foi levada ao Centro de Detenção Provisória de Colatina. O menino foi entregue aos cuidados do pai e vai entrar para o programa de apoio psicológico. Além disso, a criança vai receber atendimento médico e passará por exames para descartar possíveis doenças sexualmente transmissíveis.
Delegada faz alerta
Para a delegada Suzana Duarte Garcia alerta é importante observar o comportamento das crianças. Quando elas são abusadas sexualmente costumam mostrar de alguma forma. “A exteriorização do abuso é uma consequência da vítima de abuso. Mas pode acontecer da criança não contar o que está acontecendo. Por isso, é preciso ficar de olho caso ela apresente sintomas como insônia, agressividade e sexualidade aflorada”, ressaltou Garcia.
No caso de suspeita, basta procurar a polícia ou o Conselho Tutelar de sua cidade. “Mesmo o mínimo de suspeita deve ser denunciado”, explicou a delegada.