15 de março de 2020 – Sistema de monitoramento, aumento de efetivo policial e investimentos em educação foram medidas sugeridas para melhorar segurança no município
Por Silvia Magna
Implantação de um sistema de monitoramento, aumento de efetivo policial, aquisição de mais viaturas para impedir o avanço do tráfico de drogas e o crescimento da violência entre adolescentes e jovens de Mantenópolis e outros municípios da região. Essas foram as reivindicações feitas durante a audiência pública realizada pela Comissão de Segurança na Câmara de Vereadores do município na noite de quinta-feira (12).
Autoridades e cidadãos relataram temor diante dos números da violência na cidade de pouco mais de 15 mil habitantes, no noroeste capixaba, que registra entre 50 a 70 ocorrências por mês entre denúncias de violência doméstica, crimes relacionados ao tráfico e furto.
Além disso, o fechamento e transferência da comarca local para outro município também tem revoltado os moradores, que relataram influência do tráfico nas escolas e entrada de veículos roubados oriundos de Minas Gerais. “Já não temos mais delegacia. Todas as ocorrências são registradas em Barra de São Francisco. Não temos delegado, nem juiz, muito menos segurança. Já cansamos de pedir o sistema de monitoramento, mas não somos ouvidos”, disse o vereador Tico do Dé (PPS).
O município não conta com delegacia. Os moradores são atendidos por dois investigadores e um escrivão. Eles trabalham em uma unidade no prédio da prefeitura e não dispõe de internet ou telefone. Além disso, não podem utilizar os dois veículos disponíveis, pois um está sem funcionar e outro com problemas, conforme foi dito na audiência.
Uma das proponentes da audiência pública, a vereadora Euzeni Borges (PMN), também cobrou a manutenção de equipamentos públicos, citando as ruínas da antiga delegacia local, e pediu a permanência do fórum na cidade. “Entregamos o pedido ao presidente do Tribunal de Justiça e esperamos que atendam nosso clamor”, afirmou a vereadora.
Educação
Em 2012, Mantenópolis foi um dos dois municípios capixabas premiados pela Secretaria de Estado de Educação (Sedu) em qualidade na educação. De lá pra cá, segundo os convidados, as escolas não mantiveram os bons índices por falta de estrutura e reivindicaram investimentos pasta. Para eles, promover educação de qualidade é fundamental para estruturar a segurança.
“A educação pode amenizar a maioria dos problemas que hoje estamos vivemos. Precisamos investir mais em estrutura humana, mas com inteligência nos planejamentos”, afirmou o vice-prefeito, Geraldo Magela (PSDB).
Economia
Além da insegurança das famílias, o comércio local vem contabilizando inúmeros prejuízos com a insegurança. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mantenópolis, Denilson Piazzanti da Silva, o número de furtos vem aumentando a cada dia.
“Muitos comerciantes acabam desistindo por causa da crescente criminalidade em Mantenópolis. Precisamos ter acesso ao sistema de monitoramento, porque essa ferramenta vai nos ajudar a identificar os criminosos com mais rapidez”, disse.
Infraestrutura e Guarda Civil
Mais urbanização do município, com melhorias nas vias, e criação de mais espaços públicos foram cobradas pelo prefeito Hermínio Espanhol (MDB). Segundo ele, a gestão municipal tem trabalhado para promover melhorias na infraestrutura local. “Estamos trabalhando, mas precisamos, ainda, de investimentos para melhorar as condições de vida das pessoas em Mantenópolis”, destacou.
Espanhol também pediu ajuda do colegiado para que criar uma Guarda Civil Municipal. “Isso ajudaria muito nossa cidade, já que temos enorme carência de efetivo de policiais civis e militares”, afirmou.
O presidente do colegiado, deputado Danilo Bahiense (PSL), criticou o sucatemaneto das estruturas de segurança do Estado. Segundo ele, a unificação das comarcas trará ainda mais prejuízo a moradores do interior. “Há casos em que as distâncias ficam tão grandes que inviabiliza o acesso do cidadão aos serviços. Vamos continuar batendo nessa tecla”, salientou.
A audiência de Mantenópolis foi a segunda deste ano. Pinheiros abriu os trabalhos da comissão e registrou demandas parecidas. Em 2019, o Colegiado realizou 13 audiências públicas em diversas regiões. O objetivo é mapear as demandas de segurança no Espírito Santo e apresentar ao Poder Executivo um diagnóstico da situação.