O São Bernardo Apart Hospital, em Colatina, realizou recentemente, através do cirurgião cardiovascular e endovascular Fabio Jose dos Reis, uma cirurgia inédita no interior (Macroregião Noroeste) do Espírito Santo. Esta cirurgia é chamada Troca Valvar Aórtica por Cateter, conhecida pela sigla em inglês TAVI.
A técnica, que é minimamente invasiva e consiste em substituir uma válvula no coração por meio de cateter, tem diminuído a mortalidade e aumentado a qualidade de vida de pacientes com estenose na valva aórtica submetidos ao procedimento.
A cirurgia foi realizada com sucesso em um paciente de 89 anos, que pelo seu quadro clínico, dificilmente, resistiria à cirurgia tradicional. Ele sofria de valvopatia aterosclerótica calcificada, uma doença valvar degenerativa que acomete mais comumente os pacientes idosos com mais de 75 anos de idade.
A doença é um estreitamento da válvula aórtica, que a impede de abrir corretamente, forçando o coração a trabalhar mais para bombear o sangue, o que, futuramente, poderá gerar insuficiência cardíaca, podendo levar à morte. Entre os sintomas estão a dor no peito, desmaio e falta de ar. O tratamento, então, é a troca da valva, que, se realizada da forma tradicional, pode ser complicada nessa faixa etária. No entanto, com o implante de valva aórtica por cateter os riscos são minimizados.
O médico Fabio Reis (foto)acredita que a TAVI em posições aórtica e mitral é uma inovação e uma evolução da medicina. “Uma grande revolução está acontecendo na área da cirurgia cardiovascular em decorrência dessas próteses cardíacas”, pontuou.
Ela vem sendo aplicada no Brasil há cerca de 10 anos, em pacientes de alto risco ou inoperáveis para a cirurgia tradicional. Segundo ele, a TAVI é uma técnica sem dor para o paciente, com poucas chances de complicações e de excelente resultado clínico. “A cirurgia convencional é feita com o coração e pulmões parados, com sangue completamente desviado do corpo e o paciente resfriado à aproximadamente 28/30 graus; é necessária uma esternotomia, ou seja, abertura do peito, para se instalar a máquina de circulação extracorpórea e depois trocar a válvula.
Na cirurgia por cateter, o procedimento é feito com o paciente acordado, com sedação leve, com coração batendo e pulmão funcionando normalmente. É uma cirurgia com menos morbidade, menos sangramento, menos infecções, internação curta em UTI e com alta precoce”, destacou o doutor. A realização da cirurgia promove um aumento no tempo de vida do paciente e minimiza os sintomas da estenose.