Embora o município conte com rádios, sites noticiosos e outros meios de comunicação, nenhuma campanha de conscientização ainda foi deflagrada para conter a triste situação
A falta de chuvas na região noroeste tem causado transtornos para produtores e para moradores que estão convivendo com um dos períodos de estiagem mais prolongados dos últimos meses. Junte-se a isso a falta de conscientização de pessoas que de forma criminosa, estão ateando fogo na vegetação, contribuindo para aumentarem os problemas relacionados com praticamente a inexistência de chuvas que caem nos quadrantes do município.
O problema tem alertado as autoridades para encontrarem poucas soluções tanto no campo como na cidade, onde a falta de chuvas tem ocasionado rios sujos e fedorentos, acumulados pela falta de educação de moradores que ainda utilizam os rios como lixeiras. Tanto, que na última sessão da Câmara Municipal, os vereadores Huander Bofe, Wilson Mulinha, Paulinho do Hospital, José Valdeci e Zilma Matos, estiveram abordando o assunto, cada um defendendo um ponto de vista diferente para as soluções.
Rio de Merda
O vereador Paulinho do Hospital ao falar na tribuna da casa, lamentou que o rio São Francisco, um dos principais mananciais que cortam a cidade de Barra de São Francisco, seja um “Rio de Merda”, termo literalmente utilizado pelo parlamentar para justificar que o mesmo recebe os resíduos de tratamento dos esgotos da cidade mineira de Mantena. Segundo Paulinho, o SAAE – Serviço Autonomo de Águas e Esgotos, faz a coleta e o tratamento retirando a parte sólida do esgoto e a parte líquida é atirada no rio São Francisco.
O vereador Wilson Mulinha lamentou que os rios Itaúnas e São Francisco, estejam em péssimas condições, sem oxigênio nas águas, levando a mortandade de peixes. Ele disse que a falta de conscientização de parte da população é muito grande no que diz respeito a atirar no rio, toda espécie de lixo. Segundo ele que reside próximo do rio São Francisco, recentemente dentro do leito do rio foi encontrado um cofre, demonstrando assim como este manancial hídrico vem sendo desrespeitado.
Para Huander Bofe, é necessário que a Prefeitura Municipal através dos órgãos e secretarias ligadas ao Poder Executivo, tomem uma providencia imediata. Huander Bofe lamentou que algumas ações que começaram a ser praticadas pela administração, estão sendo mal executadas. De acordo com o parlamentar, o maquinário e homens destinados para a limpeza dos rios, não tem sido planejado, já que começam em um ponto do rio e não concluem os serviços, indo para outras áreas, deixando o serviço interrompido e pela metade.
Já os vereadores José Valdeci e Zilma Matos, abordaram de forma diferenciada o problema da falta de chuvas. O líder do Executivo na Câmara, disse que a água deveria servir ao homem com outra finalidade primordial que não fosse para limpeza. Lamentou que algumas pessoas não tenham a conscientização para preservar aquilo que foi deixado por Deus e usam as águas dos rios de forma inadequada.
Zilma Matos que na mesma sessão legislativa apresentou um projeto de lei que instituiria mudanças no comportamento de moradores próximo dos rios que cortam o perímetro urbano da cidade, defendeu que as pessoas iriam ter que andar alguns passos a mais, para depositarem o lixo, visto que os coletores próximos das margens dos rios, seriam realocados longe das margens dos mananciais. O projeto foi rejeitado pela maioria dos parlamentares.
Devido à falta de chuvas significativas nos últimos meses, a vazão do Rio São Francisco se encontra abaixo do esperado. Soma-se a isso o fato de que há locais onde o esgoto é lançado diretamente no curso d’água. “Os peixes estão morrendo sufocados, é uma cena muito chocante”, afirma um morador às margens do rio Itaúnas, um dos principais mananciais que servem a cidade na questão de água oferecida pela Cesan – (Companhia Espírito Santense de Saneamento)
Segundo o vereador Wilson Pinto das Mercês (PDT), o Mulinha, a Cesan (Companhia Espírito Santense de Saneamento) responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto do município, hoje realiza tratamento de apenas 25% de todo esgoto do município.
Com a falta de chuva a cena de horrores que encontramos em nossos rios que cortam Barra de São Francisco, são peixes morrendo e sendo banquetes para Urubus.
Fotos ilustrativas