Da Redação:
O crime existe, os réus admitem a culpa, admitem a dívida, mas não pagam. Assim é o dilema dos produtores rurais dos municípios de Baixo Guandu, Linhares, Colatina e Marilândia, que esperam há seis anos, a indenização das empresas Vale, Samarco e BHP Billiton, responsáveis pelo lamaçal do rio Doce que destruiu as lavouras às suas margens, sendo protagonistas da maior tragédia ambiental que se tem notícia no mundo.
Reuniões, pedidos, pronunciamentos, manifestações, enfim, uma infinidade de ações foram feitas para chamar a atenção das autoridades, principalmente os políticos e do judiciário, no sentido de pressionarem as empresas para que efetuem o pagamento da indenização aos produtores prejudicados, mas tudo em vão.
Perícias foram feitas na água e na terra, encharcadas pelo veneno que veio de Mariana. Tudo está documentado, e as empresas através da Fundação Renova, – criada para defender os interesses dos envolvidos – admitem a culpa e dizem que vão pagar, mas ninguém sabe quando. Enquanto isso, os produtores, à mingua, lutam pela sobrevivência, não tendo apoio de ninguém.
Raros são os políticos que defendem os produtores, entre eles, pode-se citar o deputado estadual Marcos Garcia, que em pronunciamento na Assembléia Legislativa, “meteu o dedo na ferida” e cobrou providências urgentes. O governador Renato Casagrande, só está preocupado com sua reeleição. O bem estar do povo e seus interesses estão em segundo plano.
Seis anos se passaram e a Fundação Renova está se preocupando em asfaltar estradas, e com isso tapa a boca de políticos e ainda corrompe ajudando os candidatos, financiamento suas campanhas.
O faturamento destas três empresas no ano que se passou, foi o maior verificado na existência das mesmas. Quantia considerada astronômica. A empresa menos conhecida dos brasileiros, é a BHP Billiton, uma mineradora e petrolífera anglo-australiana multinacional sediada em Melbourne, Austrália. Em 2013, era a maior empresa de mineração do mundo em termos de receitas. A BHP Billiton foi criada em 2001 através da fusão da australiana Broken Hill Proprietary Company Limited e da anglo-holandesa Billiton.
É tempo de dar um basta nisso tudo. É tempo do Poder Judiciário ser mais enérgico e condenar estas empresas a efetuarem de imediato o pagamento dos produtores rurais das margens do rio Doce.