Em comunicado aos associados, a instituição informou que passará a coleta de leite para Cooperativa Agropecuária Ibituruna
O superintendente acrescenta que a Capel está em processo de venda de seus bens para que possa fazer a quitação de dívidas com funcionários e fornecedores. No que tange a seus associados, a Capel está em negociação com laticínios privados e com cooperativas do Espírito Santo e do Brasil para tentar uma possível incorporação. “É uma tentativa de minimizar o impacto, que já é grande, para os produtores. Outro impacto será para os empregados, pois as demissões terão que ser feitas”, completa.
Presidente da Federação da Agricultura do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha também lamenta o fechamento cooperativa, e ressalta que, além das crises hídrica e e econômica, o setor leiteiro sofreu um terceiro impacto, que está ligado a uma portaria do Ministério da Agricultura, emitida em novembro de 2016, que autoriza a importação de de leite em pó.
“O produtor de leite está numa situação dramática. O preço que ele recebe, definitivamente, não cobre os custos de produção. Com o Ministério da Agricultura autorizando a importação de leite em pó para ser reidratado aqui, o preço do litro caiu de R$ 1,40 para menos de R$ 1 em poucos meses”, destaca Júlio, que completa: “Não tem como ficar fazendo uma atividade que vai te dar prejuízo”.
Durante todo esta quinta-feira (02), a reportagem tentou contato com os diretores e coordenadores da Capel, mas não teve suas ligações atendidas.
A Capel tem 56 anos de existência, sendo grupo formado por 87 produtores rurais que se reuniram com a intenção de melhorar o escoamento do leite que eles produziam. Mais recentemente, a Capel montou uma nova usina, moderna e bem equipada, com capacidade para receber até 300 mil litros de leite por dia. Seus mais de 2000 cooperados estão distribuídos em 26 municípios, sendo 16 em Minas Gerais e 10 no Espírito Santo. A cooperativa contava ainda com pelo menos 300 funcionários.