A construção do Centro Portuário de São Mateus depende de licença ambiental do Estado para ter seu início. A Petrocity Portos S.A. tem a promessa que no dia 17 de janeiro isso começa a ser resolvido, quando será realizada reunião técnica de assinatura de contratos. A agenda será no Palácio Anchieta, com o governador Renato Casagrande (PSB).
De acordo com as informações divulgadas pela empresa, nessa reunião técnica a Petrocity assinará o Memorando de Entendimento com o Governo bem como os contratos de obras com os representantes das empresas responsáveis pela implantação do CPSM – Centro Portuário São Mateus e com operadores que estarão envolvidos no desenvolvimento das atividades e movimentação de cargas e comércio exterior no citado porto, além da apresentação da Estrada de Ferro Minas Espírito Santo – EFMES.
Em Minas Gerais, começou uma ampla mobilização de prefeitos, presidentes de Câmaras e deputados estaduais e federais da região de influência da ferrovia, que ligará o complexo portuário de São Mateus a Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte, numa extensão de 560km.
Ao longo de seu curso, a ferrovia terá Unidades de Transbordo e Armazenagem de Cargas (UTACs) em Barra de São Francisco, Governador Valadares, Santa Rita do Itabira, Aeroporto de Confins (para mercadorias de alto valor agregado) e em Sete Lagoas. A primeira etapa da ferrovia será de São Mateus a Governador Valadares, segundo o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, com extensão de 260km.
O Centro Portuário de São Mateus implicará em investimentos de R$ 3,2 bilhões, sendo que o principal contrato será destinado à Construtora Odebrecht, previsto em R$ 2,1 bilhões. Será a primeira grande obra da empresa desde que começaram as investigações da Operação Lava Jato, que atingiu seus principais executivos.
“Estamos projetando a maior plataforma logística do Brasil e a Odebrecht é nossa parceira nesse empreendimento. É a empresa brasileira mais bem preparada para esse tipo de obra. Já construiu 52 portos no mundo e 19 no Brasil. Nessa reunião técnica, todos conhecerá nossos parceiros no investimento. Assim que sair a licença ambiental, começamos a contratar imediatamente para iniciar as obras, que no porto vão durar em torno de três anos”, disse José Roberto.
Durante a fase de construção civil, as obras do CPSM gerarão 2.500 empregos diretos e, quando entrar em operação, serão 2.000 empregos diretos e expectativa de outros 6 mil indiretos. O porto terá capacidade inicial de movimentar 1,4 milhão de toneladas anuais de cargas diversas, comportando navios dos maiores portes que navegam nos oceanos do mundo, pois seu calado passará de 16 metros.
O impacto do complexo portuário, o único da região Sudeste na área da Sudene, ocorrerá sobre a economia tanto do Norte e Noroeste do Espírito Santo, quanto do Sul da Bahia e do Leste de Minas, diretamente, mas existe uma grande expectativa ao longo de todo o trecho previsto para a nova ferrovia, especialmente na região de Confins e Sete Lagoas, pois cargas do Brasil Central e do Centro-Oeste poderão ser transportadas até as UTACs dessas duas cidades e embarcadas direto para São Mateus.
Lideranças empresariais e políticas do Norte e Noroeste do Espírito Santo estão se mobilizando para participar do encontro. “São dois empreendimentos que vão mudar, definitivamente, a geografia de nossa região, despertando a economia com um novo corredor logístico. Será o terceiro ciclo do nosso desenvolvimento, que começou em meados do século passado com a cultura do café, ampliou-se com as rochas ornamentais e agora terá um novo impulso”, disse o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), defensor dos dois projetos.