Estado – Pelo menos sete pessoas ainda estão foragidas, suspeitas de integrar uma organização criminosa que fraudava combustíveis sem passar pela fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e dessa forma, não pagar tributos ao Estado.
Segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), A “Operação Lídima” (que significa autentico, genuíno e legítimo) apura um grande esquema de corrupção que visava obter lucro e funcionava, principalmente, no eixo Rio de Janeiro e São Paulo.
A operação resultou em 14 pessoas que foram indiciadas e presas sete delas temporariamente no Espírito Santo. Entre elas os empresários Adriano Scopel (preventivamente) e Francisco Calezani (que não teve o tipo de mandado informado). Também foram presas três pessoas em São Paulo. Outros nomes não estão sendo divulgados porque novos fatos apareceram.
“Todas essas pessoas que temos indícios robustos de participação nas fraudes apuradas pela investigação”, afirmou o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Bruno Noya de Oliveira.
De acordo com o coordenador, além de empresários, também estão envolvidos no esquema funcionários e motoristas, que faziam o transporte da carga adulterada. A adulteração funcionava da seguinte forma: produtos como Etanol, por exemplo, podem ser destinados a produção de cachaça, mas no fim, eram desviados para serem usados como combustível.
Com a fraude, várias pessoas relataram problemas no carro e chegaram a pedir a retirada da gasolina paga. “Durante o monitoramento, chegamos a detectar carros falhando. Inclusive consumidores com o carro estampado para não comprar em determinado posto, porque foi danificado por conta da adulteração. Combustível de baixa qualidade”, disse o coordenador do Gaeco.
Segundo Bruno Noya de Oliveira, há investidores de São Paulo que financiam a adulteração de combustível em Vitória. “O álcool para outros fins, trazido diretamente de usinas para postos, sem passar por distribuidoras, tem uma tributação mais baixa. Isso gera um rombo, porque são milhões de litros por mês, que o Núcleo de Distribuição Irregular, encarregado de pular essa etapa de usina – distribuição – rede varejista, com notas falsas, alimentava alguns postos”.