Aracruz- Com investimento de R$ 500 milhões sendo 51% da Fíbria e 49% da Cenibra, a fábrica de bio-óleo que a Fibria vai construir em Aracruz, será ao lado da fábrica de celulose de Barra do Riacho e terá a geração de 200 empregos. No início do ano passado os economistas davam como certa a instalação da indústria em Jacareí (SP), mas parece que a logística capixaba prevaleceu, além do incentivo fiscal garantido pelo governador Paulo Hartung.
A unidade terá capacidade para produzir 22 milhões de galões por ano, com quase 100% da produção exportada para os Estados Unidos, mercado ávido por esse tipo de combustível renovável. O governo americano tem uma política de incentivo a combustíveis renováveis, o Renewable Fuels Standard Program (RFS) que, em 2005, entrou em vigência no mercado estabelecendo a substituição de 2,78% da gasolina comercializada por biocombustíveis.
Os executivos da Fibria enxergam uma oportunidade única nesse negócio porque, além de criar novas receitas, eles também aproveitam todas as sinergias. Cerca de 70% da madeira usada no processo de fabricação da celulose pode ser aproveitada naprodução de bio-óleo. O que isso significa? Com a mesma madeira usada para fazer 100 mil toneladas de celulose, a empresa consegue produzir cerca de 30 milhões de galões de 3,78 litros de bio-óleo.
A exportação também é uma questão tratada com naturalidade dentro da empresa. Afinal, a Fibria opera em mais de 60 portos ao redor do mundo e 90% de sua produção de 5,3 milhões de toneladas de celulose é vendida para o exterior. Outro ponto fundamental no processo de fabricação do bio-óleo é a produtividade de seus 568 mil hectares de eucaliptos. Enquanto na Europa o ciclo doeucalipto é de 40 anos, por aqui é de seis anos. Mais: na década de 70, extraía-se seis toneladas por hectare e hoje, devido a vultosos investimentos em melhoramento genético, já se consegue 10,9 toneladas por hectare.