Azedou de vez a relação entre o prefeito Sérgio Meneguelli (PMDB) e o vice Guilherme Ribeiro (PMDB), em Colatina, noroeste do Espírito Santo.
Pingou fogo na abertura do ano legislativo, noite desta segunda, 5 no plenário lotado do Palácio Justiniano de Mello e Silva quando o vice Guilherme denunciou supostas irregularidades na administração Meneguelli.
“O prefeito está confundindo prefeitura com floricultura”, disparou Guilherme em referência antiga profissão do prefeito e a prática de ajudar no plantio de flores nos canteiros da cidade. Falo com base em documentos, disse Guilherme ao firmar que as denuncias também foram levadas a Promotoria de Justiça e Justiça Federal.
Em tom de desabafo, o vice garantiu que há quatro meses, o prefeito não fala com ele nem recebe em seu gabinete. “Não gostou da minha cobrança de atos contra a nossa administração. Diz que demitiu 240, porém contratou 700 servidores sem concurso”, denunciou.
A polêmica sessão foi transmitida pela televisão onde o vice falou durante 45 minutos, logo depois de rebatido pelo procurador geral da prefeitura Devacir Mário Zaché Júnior. Quatro denuncias foram protocoladas na Câmara dos Vereadores de Colatina. O aumento de 100% da carga horário e salário do procurador do Sanear, além da compra de combustível no posto do sogro do diretor da autarquia, duplo pagamento e cargos de servidores públicos e compra de fraldas descartáveis sem licitação.
O vice alertou que a briga entre ele o prefeito começou com a ‘intenção da administração de privatizar o Serviço Colatinense de Saneamento Ambiental (Sanear)’. “Varias vezes estive no Sanear em busca do procurador, nunca encontrei. Mantém escritório em Vitória. Pela lei não pode. Ganha mais de R$ 8 mil”, disse. Constatei que uma funcionária recebeu em duas repartições diferentes, caracterizado duplicação de salário. Existem três ou quatro casos como este na prefeitura. Isso “em si já representa improbidade administrativa”, frisou.
Segundo Guilherme todas as denúncias foram comunicadas ao prefeito antes de vir a público. Uma possível conspiração para tirar o Serginho do cargo foi refutada pelo vice. “Se comprovada às fraudes, o prefeito afastado eu renunciou”, destacou.