No site da Seag (https://seag.es.gov.br) nada sobre a “audiência” foi publicado apesar de dois técnicos a secretaria terem participado do encontro
Barra de São Francisco – Embora com alarde tenha ocorrido o que se qualificou como audiência pública, para discussão dos dados relacionados a construção da barragem no rio Itaúnas, em Barra de São Francisco, mesmo alguns sites noticiosos terem noticiado que técnicos da Seag – Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, o órgão do governo nada publicou em sua página oficial.
De acordo com algumas pessoas ligadas ao atual secretário da pasta, o deputado licenciado Paulo Foletto, não teria gostado da forma com que foi exigida a realização do encontro, onde estaria a Seag, a empresa responsável pela obra e a população. O próprio governo de Renato Casagrande já teria se manifestado contrário as barragens, licitadas na gestão passada e apresentou que todos os projetos passariam por revisão.
A forma com que alguns políticos criticam enquanto outros defendem a obra, chama a atenção, já que o beneficiado maior, será o próprio governo, devido que a Cesan que é uma autarquia do Estado, vai poder comercializar as águas armazenadas. Segundo a própria Cesan, em Barra de São Francisco cerca de 25.098 pessoas na área urbana compram água e 10.490 imóveis pagam pelo esgoto.
Veja o que foi publicado na imprensa sobre a obra na visão dos técnicos
o gerente de Infraestrutura e Obras Rurais da Seag, Patrick Ribeiro.
Ribeiro começou mostrando como funcionam as barragens de rejeitos, esclarecendo que a que rompeu em Brumadinho e a maioria das que são feitas em Minas Gerais, são projetos de baixo custo e que, por isso, correm mais risco de rompimento. “As barragens de rejeitos não têm escoadouro. O material vai sendo despejado nela e fica estático. Quando enche, constroem outra, tipo um puxadinho e quando se rompe, o peso dos rejeitos destrói tudo pela frente”, explicou o técnico.
No caso da barragem de água, como a do Itaúnas, existem equipamentos próprios para promover a vazão do excesso de água, em caso de grandes volumes de chuva, como o monge e o vertedouro (ver texto mais abaixo). De acordo com Patrick, para que a água passe por cima da “crista” da barragem, que terá seis metros de altura, seria necessária uma chuva como nunca aconteceu nos últimos 100 anos.
“Mesmo que chovesse mais de 200 milímetros em curto espaço de tempo, a barragem teria como escoar o excedente de forma segura. E mesmo se houvesse um rompimento, todo o volume de água da represa não causaria enchente em Barra de São Francisco, pois ela se espalharia por mais de 600 hectares de várzeas, ao longo dos 16,5 quilômetros entre a barragem e a Sede. Além disso, o desnível – diferença de altura – entre a barragem e a Sede é de apenas 25 metros e a água chegaria aqui com no máximo 2,5 centímetros de altura”, esclareceu.
O gerente de Sustentabilidade da Seag, Janil Ferreira da Fonseca, explicou que a velocidade da água nestas condições, que eles chamam de “maximorum”, a água avançaria 15 centímetros por segundo. “Ou seja, um jogador de futebol, um atleta, seria capaz de sair correndo junto com a água lá da barragem e ainda chegaria bem antes a Barra de São Francisco”, exemplificou