Nesta noite de quinta-feira dia 10, a Câmara Municipal realizou uma audiência pública para recepcionar a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa do ES. Em nome de todos os componentes do Poder Legislativo, o presidente da casa, vereador Juvenal Calixto, deu as boas vindas aos convidados e todos aqueles que se estavam presentes no encontro para debater assuntos pertinentes aos crimes sexuais contra as crianças e adolescentes.
Juvenal deu as boas vindas em especial ao presidente da Comissão da Ales, deputado estadual e Delegado Lorenzo Pazolini, comissão esta que tem ainda o seu Vice-presidente deputado estadual Luciano Machado e como membro efetivo o deputado estadual Vandinho Leite.
Em sua fala de abertura dos trabalhos, Juvenal Calixto afirmou ser aquele, o momento oportuno para debatermos ali, a discussão das vulnerabilidades na infância e na adolescência, bem como as políticas públicas brasileiras de intervenção.
“Sabedor de que teremos uma noite especial em todos os sentidos, quando esclarecimentos serão dados, informações serão prestadas e outros debates relacionados ao tema, certamente virão enriquecer tão encontro, agradeceu antecipadamente a presença de todos”, passando a palavra para o deputado Lorenzo Pasolini para que conduzisse os trabalhos.
O Deputado Pasolini iniciou sua palestra, ilustrada por slides e vídeos, mostrando as mudanças ocorridas ao longo da história, de como o mundo e em especial o Brasil, tratou e ainda trata suas crianças e adolescentes. Citando datas precisas e em especial a de 1959, quando ocorreu mudanças em todo o mundo, o país não avançou políticas de proteção aos menores, até que se passaram décadas de omissão e de leis mais severas de combate a esta situação.Perfil do abusador
Traçou o perfil do abusador, qualificando que o “ abuso sexual é uma barbaridade que fere os direitos humanos e, infelizmente, faz parte da realidade de muitas famílias. Os danos ocasionados por essa violência refletem como trauma por toda a vida das vítimas (física e mentalmente). Por isso é extremamente importante haver medidas que evitem que mais crianças e adolescentes passem sofram com isso. É preciso conscientizar a população sobre a prevenção e o enfrentamento a esse grave problema”, disse o, deputado Lorenzo Pazolini.
Continuou detalhando que, na maioria dos casos de abuso sexual infantil, o abusador é alguém que a criança conhece, convive, confia e ama. Na maior parte das vezes, ele é membro da família e dispõe de certo poder sobre a vítima, como pai padrasto, irmãos, primos, tios ou avós.
Para Pasolini, fora do âmbito familiar, o abuso também pode acontecer e o abusador costuma ser alguém conhecido da criança e com quem ela tem uma relação de confiança, como amigos da família, vizinhos, educadores, médicos, psicólogos, responsáveis por atividades de lazer e até técnicos de modalidades esportivas. Raras vezes o abusador é uma pessoa desconhecida.
Consequências do abuso sexual infantil
Uma criança abusada sempre sofrerá sequelas dessa violência, desenvolvendo problemas de relacionamento e até de comportamento, como o abuso de drogas e medicamentos na adolescência, atitudes agressivas, quadro depressivo e assim por diante. A vítima poderá apresentar sentimentos confusos e nem sempre a criança consegue compreender o que está acontecendo no momento, percebendo a situação posteriormente, quando ela processa que aquilo vivido foi uma agressão. É comum que essas crianças cresçam com sentimentos como: medos aparentemente infundados; culpa; imagem corporal negativa; dificuldades para estabelecer confiança interpessoal.
Os vereadores Huander Bofe, Wilson Mulinha, José Valdeci, Rafael Malaquias e Zilma Matos, recepcionaram também secretários municipais presentes, o vice-prefeito Denilson Ferreira Vanderlei, representantes do comando do 11º Batalhão da Polícia Militar, estudantes e membros da sociedade francisquense, os quais acompanharam as informações e os levantamentos oficiais que demonstram a gravidade da violência contra crianças e jovens no Espírito Santo. Nos últimos anos centenas de inquéritos com vítimas menores, sendo que 70% dos casos são referentes crimes sexuais.
ASCOMCMBSF