A escola de Madureira falou das nascentes e de como os rios foram dando início a povoados, aldeias e civilizações. O clássico de Paulinho da Viola, “Foi um rio que passou em minha vida”, também fez parte do enredo. O enredo levou para a avenida a história de rios famosos do mundo, com toda a cultura e costumes em torno desses leitos de água. A escola contou a relação da humanidade com as águas. Fez, inclusive, um protesto contra o acidente que vitimou o Rio Doce, com o rompimento da barragem no município mineiro de Mariana, em novembro de 2015.
Pescadores gigantes, cobertos de lama, apareceram com os rostos e os braços em direção ao céu, mostrando todo o desespero de quem vivia às margens do Vale do Rio Doce. A quarta alegoria da Portela fazia referência ao desastre que assolou não só o vilarejo de Bento Rodrigues, próximo à Mariana, em Minas Gerais, mas todas as comunidades por onde o Rio Doce passa, inclusive Linhares, quando uma onda de resíduos tóxicos, vindos da barragem da mineradora Samarco, inundou toda a região, tirando a vida de mais de 20 pessoas e matando milhares de animais nas margens do rio.
No chão, os integrantes da escola, vestidos também com roupas sujas de lama, empunhavam cartazes com as palavras “crime, desespero, ganância, justiça e sem água”. O quarto carro trocou o azul das águas pelo marrom, para lembrar como ficou o Rio Doce após o desastre ambiental de Mariana (MG).