Medida será uma das primeiras da reestruturação anunciada pelo governo estadual. O efetivo, de cerca de 300 homens, será redistribuído. A unidade concentra muitos policiais na lista dos processos de expulsão
Segundo apurou a coluna Vitor Hugo do jornal A Gazeta, o comando da PM resolveu acabar com a Rotam, a Ronda Ostensiva Tática Motorizada, foco de maior resistência dos militares à volta ao trabalho. O efetivo da unidade, formado por cerca de 300 policiais, vai ser redistribuído para todas as unidades da PM no Estado.
Os integrantes da Rotam, unidade especializada da PM que atua em viaturas, predominam na lista inicial de 151 policiais militares que vão responder a procedimento disciplinar pela participação na revolta da corporação no Espírito Santo.
O então vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Luiz Durão (PDT), teria homenageado a facção militar quando recebeu o major Sergio Luiz Anechini, o capitão Jefferson Pinheiro do Amaral e o tenente Josué Fagundes, todos da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) da Polícia Militar do Espírito Santo. Naquela época os militares procuraram o deputado para agradecê-lo por ter criado o Projeto de Lei que denominou de “Major Márcio Luiz Boni” o Batalhão da Rotam.
Por ironia do destino, a Rotam foi criada em 2009, no penúltimo ano do segundo mandato do então governador Paulo Hartung – o mesmo que vai acabar com a unidade.
Alerta no governo
O Palácio Anchieta entendeu como ameaça as palavras de ordem proferidas por militares e seus parentes na passeata de terça à noite em Vila Velha. Entre outras manifestações, eles gritaram “fora, Paulo Hartung!” e “governador, pode esperar, a sua hora vai chegar!”
Parece que não é apenas o governador que se sente ameaçado. “Não foram poucos os membros do Governo que sofreram ameaças nos últimos dias”, afirma o secretário de Segurança, André Garcia.