Estado – A Shell está sendo levado ao tribunal holandês pela organização Amigos da Terra Holanda, devido às suas elevadas emissões de gás carbônico e danosa contribuição com as mudanças climáticas no planeta.
O caso abre precedente para interditar a atuação da petroleira em todo o mundo, inclusive no Espírito Santo, onde ela possui poços de petróleo offshore, explica o sociólogo Marcelo Calazans, coordenador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) no Estado, uma das 50 organizações que assinam a Campanha Nem Um Poço a Mais no Brasil, da qual a Amigos da Terra é parceira.
Com a interdição, “nenhum poço mais seria perfurado por essa companhia, cujos campos e plataformas tanto poluem o mar e atingem as comunidades da costa capixaba, sobretudo as comunidades de pescadores/as, também atingidos/as pelos crimes ambientais de outras transnacionais, como a Vale e a BHP, que, quem sabe um dia, também serão levadas aos tribunais pelos povos atingidos por elas no mundo todo”, profetiza Lucia Ortiz, coordenadora do Programa de Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo de Amigos da Terra Internacional Brasil.
Mas, antes mesmo da possível interdição, Lucia destaca que o primeiro impacto positivo pretendido com a ação é mobilizar pessoas do mundo inteiro pela compreensão das responsabilidades históricas das empresas transnacionais petroleiras, com relação às suas elevadas participações na produção das mudanças climáticas e a violação sistemática de direitos humanos decorrentes de suas operações.
“É mostrar que as corporações transnacionais não podem estar acima da lei e que as pessoas mobilizadas no nível global têm força para buscar justiça frente ao poder empresarial como um passo importante pra mudar o sistema”, assevera.
Na página da federação Amigos da Terra Internacional – que congrega 75 grupos nacionais, muitos deles trabalhando para impedir que a Shell extraia combustíveis fósseis nos seus países – na internet, uma petição online, possibilita que cidadãos de todo o mundo possam apoiar, tornando-se cossignatários da ação.