O Ato em Conceição da Barra encerrou Jornada de Luta das Mulheres do MST no Estado
Conceição da Barra – A programação capixaba da Jornada Internacional de Luta das Mulheres, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Espírito Santo (MST/ES) realizou na terça-feira (20), um ato na BR-101, nas proximidades do Acampamento Fidel Castro, localizado no distrito de Braço do Rio, município de Conceição da Barra.
A realização levou as participantes a fecharem a rodovia BR 101 por meio de queima de pneus. Ais de 800 mulheres ocuparam os dois lados da pista, empunhando bandeiras e cartazes e com palavras de ordem referentes à violência contra a mulher nas suas diversas faces, em especial, os impactos do agronegócio sobre a vida e a dignidade das mulheres.
Morte pela bala
A assistente social Eliandra Rosa Fernandes, dirigente do MST/ES na região, disse que há muitas histórias de feminicídio e também do sofrimento das mulheres, quando seus maridos e filhos são mortos, “morrendo pela bala do latifúndio”, disse. “Várias mulheres também foram mortas. Desde 1985, quando o MST começou no Espírito Santo, muitas mulheres tiveram que sair do Estado por conta da perseguição dos latifundiários e dos seus pistoleiros”, relata ela.
Este foi o terceiro ato das mulheres do MST/ES em alusão à Jornada Internacional de Luta. O primeiro aconteceu no Rio de Janeiro, juntamente com as mulheres da região Sudeste, numa ação contra a Rede Globo, denunciando o golpe. A segunda atividade foi realizada no dia oito, em Colatina, juntamente com a Via Campesina. A Jornada internacional aconteceu este ano no Brasil, do dia seis ao dia 20 de março.
Eliandra explica que Conceição da Barra e o acampamento Fidel Castro são muito emblemáticos para a luta das mulheres contra o agronegócio no Espírito Santo. O Acampamento foi uma iniciativa de ex-trabalhadores da Disa, empresa alcooleira que decretou falência e abandonou seus empregados, sem direitos trabalhistas.
O objetivo é denunciar o golpe contra a democracia no país, a retirada dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a violência contra as mulheres e os entraves à Reforma Agrária Popular – estas, algumas das faces da violência contra a mulher no Brasil, enfatiza Eliandra. “Não é o ‘dia nacional em homenagem’, mas sim ‘a jornada internacional de luta dos direitos das mulheres’”, reafirma. Foto Facebook MST-ES