Primeiro, as Medidas Provisórias publicadas pelo Governo federal com relação às dívidas dos agricultores, inviabiliza a aquisição de novos financiamentos para investir na próxima safra. “Enquanto não concluir o pagamento do refinanciamento, o agricultor não pode tomar outro empréstimo. E se ele não refinanciar, fica inadimplente e não consegue financiamento do mesmo jeito”, resume Adelso Lima Rocha, membro da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em segundo lugar, o governo federal excluiu o Espírito Santo na lista de 15 estados que receberão investimentos para amenização dos efeitos da seca. São R$ 755 milhões para construção de cisternas e microaçudes e para implantação de programas de acesso à água.
Para as famílias acampadas, à espera de assentamento, 2017 será ainda um ano em que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estará impedido de realizar vistorias para criação de novos assentamentos, restando apenas a compra de terras como alternativa à Reforma Agrária no estado, ferramenta, no entanto, que nunca deslanchou no estado.
“São exemplos das políticas punitivas, nos mais diversos sentidos, contra os agricultores familiares, aos trabalhadores sem terra e aos assentados pela Reforma Agrária, tanto em nível federal quanto estadual”, avalia o líder do MST.