Estado – Com o objetivo de alcançar uma maior representatividade dos grupos e das associações Italianas no estado, a Casa d’Italia do Espírito Santo promove uma cerimônia, nesta quarta-feira dia 21, para comemorar o Dia Nacional do Imigrante Italiano. No evento estarão presentes diversos grupos de música e dança do estado.
A comemoração acontece no Clube Ítalo Brasileiro ás 17 horas. Será a primeira vez que se celebra a data em Vitória e estarão presentes mais de 10 grupos culturais de Aracruz, Santa Tereza, Venda Nova do Imigrante e inclusive de Linhares, que irão animar com músicas e danças típicas Italianas. Serão apresentadas também informações históricas sobre a imigração Italiana.
Estarão presentes autoridades como o vice-governador Cesar Colnago (que tem cidadania italiana), representantes da prefeitura de Vitória e do interior, e os candidatos ao parlamento Italiano que buscam uma vaga como representantes da América do Sul. “É uma comemoração que muito nos orgulha, pois, de fato, o Espírito Santo fica reconhecido oficialmente, como o berço da imigração italiana no Brasil”, conta o Diretor Presidente da Casa d’Italia, Cilmar Franceschetto.
Camata quando senador criou o Dia do Imigrante Italiano
Criada a partir do projeto de lei de autoria do o senador Gerson Camata, do Espírito Santo, a Lei 11.687/08, define o dia 21 de fevereiro como o “Dia Nacional do Imigrante Italiano”. A data lembra a chegada da primeira leva, com 380 famílias de imigrantes italianos ao Brasil, ocorrida em 21 de fevereiro de 1874, a bordo do Vapor Sofia.
O senador que já governou o estado do Espírito Santo, é de origem italiana, fato que o motivou a criar a lei que instituiu o Dia do Imigrante vindo da Itália e que logo, encontrou no estado capixaba, condições favoráveis para empreender colônias numerosas de descendentes. Muitas destas localidades viraram vilas, povoados e logo passaram a cidades.
A lei foi sancionada pelo então vice-presidente José Alencar Gomes da Silva, em 02 de junho de 2008. Estima-se que hoje residam no Brasil mais de mais de 25 milhões descendentes de italianos.
Brasil – No Brasil vivem mais de 25 milhões de descendentes italianos, a maioria nos Estados do Sul e do Sudeste. Os estados com maior número de descendentes são: São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina, nessa ordem. O Dia Nacional do Imigrante Italiano foi criado em dois de junho de 2008. A data relembra a chegada das embarcações que deram início a imigração italiana em massa para o Brasil, a Expedição Tabacchi.
É a primeira vez que se comemora a data no Espírito Santo desde a criação da lei, tornando o evento ainda mais importante para os imigrantes e descendentes. “É nossa responsabilidade, como representantes da comunidade italiana no Espírito Santo, organizarmos esse encontro, para rememorar esse importante fato histórico, que abriu as portas aos italianos e que tanto contribuiu para o desenvolvimento do Estado e do país”, relata Franceschetto.
A comemoração será também o primeiro dos eventos festivos em comemoração aos 50 anos do Clube Ítalo. O ato simbólico do cinquentenário será realizado no dia 13 de maio. “Para nós da diretoria, é gratificante iniciar as comemorações do cinquentenário do clube neste dia significativo para os Italianos. Um dos nossos objetivos é realmente resgatar essa cultura no clube”, ressaltou o Presidente do Clube Ítalo Brasileiro, José Júlio Ferreira.
Rio Bananal é a fonte dos descendentes italianos de Linhares
Rio Bananal – A localidade foi descoberta em 1929, quando o senhor Pedro Ceolin, Pedro Rizzo, Abramo Caliman e Alcides Siqueira Campos foram abrindo picadas na mata para ligar Linhares e Colatina, descobriram um rio de águas limpas e cristalinas, esse rio tinha às suas margens muitos pés de banana, o que deu nome ao rio, Rio Bananal.
Mais tarde o município de Rio Bananal, ganhou esse nome devido ao rio. Em 1948 o município foi oficialmente incorporado a Linhares, passando a ser distrito da então cidade. Em 14 de setembro de 1979, o município de Rio Bananal se emancipou de Linhares, com muitas dificuldades Rio Bananal passou a ser um dos maiores produtores de café do estado.
Italianos no Espírito Santo
Estado – De acordo com publicação do Wikipédia, encontram-se, no Espírito Santo, representantes de todas as regiões da Itália, mas a preponderância é para aquelas do norte (Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige, Emilia-Romagna, Piemonte, Friuli-Venezia Giulia, Liguria e Vale d’Aosta), que, juntas, forneceram 92% dos imigrantes. As regiões do centro contribuíram com 6% e as do sul, com 2% dos italianos.
De acordo com o historiador Angelo Trento, no Espírito Santo foi-se usado o mesmo modelo de colonização do sul, mas sem os mesmos resultados. Até 1891, não emigravam mais de 200 italianos anualmente para esse estado. O fluxo cresceu nos anos seguintes, sendo registrada a entrada de 476 italianos em 1892, número que saltou para 2.406 em 1893. Esses italianos vinham se empregar em obras públicas e, quando estas foram terminando, alguns ficaram na capital, enquanto que a maioria se empregou nas fazendas.
A companhia de imigração La Veloce instituiu uma linha direta Gênova-Vitória, com navio partindo mensalmente. Isso garantiu um fluxo apreciável de imigrantes, tanto que em 1894 chegaram 3 215 italianos e, em 1895, mais 4 575 pessoas. Com esses imigrantes foi-se tentada a colonização da região do Rio Doce, mas com resultados desastrosos. Deu-se um surto de cólera no sul do estado, o que fez o governo italiano suspender temporariamente as operações de embarque em direção a Vitória, por meio do decreto de 20 de julho de 1895.
Em decorrência das dificuldades financeiras do estado, a imigração no Espírito Santo praticamente acabou a partir de 1896. O número de italianos no estado, estimados em 20 mil pessoas em 1895, ficou estagnado até a primeira década do século XX, vindo a cair progressivamente a partir de então.
Entre 1812 e 1900, entraram no estado do Espírito Santo 46,885 imigrantes, dos quais 34.925 eram italianos, ou seja, 75% do total. Após o ano de 1900, o fluxo de entrada diminuiu consideravelmente, comparando-se com o século anterior. Até 1973 registrou-se a o número de 1.633 indivíduos.
Do Vêneto, as províncias que mais mandaram imigrantes para o estado foram Treviso (31%) e Verona (28%). Já os imigrantes lombardos vieram de diversas províncias, mas sobretudo de Mântua (24%) e Cremona e Bérgamo com 20% cada. Por outro lado, os colonos oriundos do Trentino-Alto Adige vieram quase que exclusivamente da província de Trento (96,2%), em especial das comunas de Levico Terme e frações (17,40%) e de Novaledo (11,78%). Os imigrantes vindos da Emília-Romanha também provinham de diversas províncias, com destaque para Bolonha (24,10%), Módena (19,36%) e Parma (17,58%).
De maneira geral, as cinco províncias italianas que mais forneceram imigrantes para o Espírito Santo foram: Trento (2.801 imigrantes), Treviso (2.615), Verona (2.325), Vicenza (1.060) e Mântua (1.033). 94,81% dos imigrantes embarcaram no porto de Gênova, no Norte da Itália; 4,51% no porto de Le Havre, na França, enquanto que o resto embarcou no porto de Buenos Aires (Argentina), de Nápoles (Sul da Itália) e de Marselha (França). 68% dos imigrantes vieram diretamente da Europa, 31% fizeram escala no porto do Rio de Janeiro e 1% veio de Buenos Aires.
Algumas fontes afirmam que 60% da população do Espírito Santo é formada por descendentes de italianos. A historiadora Maria Cristina Dadalto critica essa informação que, segundo ela, é um “mito”. Não existe nenhuma pesquisa que comprove esse dado, mas “uma profícua produção literária produzida sobre a imigração italiana no estado ajudou a construir e a fortalecer este mito”. Fonte e Fotos: Adalberto Batista/Domenico/bendizendoosenhor/Morro do Moreno/Café Del Marco.