Mesmo com a diminuição da safra, o Espírito Santo continua sendo o maior produtor de conilon do país
Diferentemente do arábica, a safra de café conilon no Espírito Santo fecha 2016 em queda. A estimativa é do Incaper que avaliou que o Estado produziu 5,035 milhões de sacas de conilon, menos da metade do que poderia colher se não houvesse a seca extrema. “Todas as tecnologias voltadas para o conilon foram planejadas e executadas reconhecendo o ambiente de déficit hídrico. Se não tivesse a seca, a produção capixaba de conilon chegaria a 12 milhões de sacas. Mesmo sendo uma das cafeiculturas mais tecnificadas do mundo, as condições foram extremamente adversas.
Nas regiões onde o conilon é cultivado, foram cerca de mil dias de seca, chegando à metade da precipitação média geral em alguns locais. As temperaturas estavam 3°C acima da média, e a insolação foi muito grande. 70% das lavouras de conilon são irrigadas, mas faltou água porque o produtor teve que se adequar às restrições de uso.
Nenhum ser vivo suporta uma condição tão adversa. A gente considera esta a segunda maior crise econômica e social do meio rural capixaba. A primeira foi a erradicação das lavouras entre 1960 e 1970. A segunda é esta crise hídrica”, disse Romário Gava Ferrão. Mesmo com a diminuição da safra, o Espírito Santo continua sendo o maior produtor de conilon do país. Porém, o Brasil passa a ser o terceiro maior produtor de robusta do mundo, perdendo a segunda colocação para a Indonésia. O Vietnã permanece como maior produtor mundial de conilon.
Cafeicultura capixaba
No geral, o Espírito Santo colheu em 2016 cerca de 9 milhões de sacas de café, sendo quase 4 milhões de arábica e pouco mais de 5 milhões de conilon. Se o Estado não tivesse enfrentado esta enorme crise hídrica, a safra seria de 15 milhões a 16 milhões. Historicamente, a produtividade capixaba sempre foi abaixo da média brasileira, que é em torno de 24 sc/ha.
Mas em 2016, a produtividade do Espírito Santo chegou a mais de 26 sc/ha e, mesmo com a seca, o Estado continua sendo o segundo maior produtor de café do país, perdendo apenas para Minas Gerais. A equipe do Incaper está em campo desde novembro fazendo mais um levantamento de dados. A previsão é que, em janeiro, seja divulgada a primeira estimativa de safra para 2017.