Linhares – É com certeza a cidade com o maior número de lagoas da América Latina tem hoje todas as suas oito lagoas localizadas em área urbana. O pior é que recebendo esgoto lançado sem tratamento. A poluição também ocorre no Rio Pequeno, que parcialmente abastece Linhares depois do rompimento da barragem de Mariana-MG e que poluiu o Rio Doce, onde o manancial deságua.
Nas lagoas, há tantas plantas aquáticas que cresceram sem controle por causa da poluição que já não é mais possível ver a linha d’água. Nas casas, o esgoto corre fora da rede em ligações irregulares, e moradores convivem mosquitos e com o mau cheiro que colocam em risco de doenças.
Além da agressão ao meio ambiente, este problema histórico põe em risco a integridade física da população. Entra ano e sai ano, os problemas continuam e são sempre os mesmos. A falta de um saneamento mais específico, dificulta as ações de combate a todo tipo de poluição e se as autoridades não cumprem o papel, a sociedade muito menos.
São toneladas de esgoto e de lixo como plásticos, pneus, móveis, latas e outros que encontram destino final, nas águas das lagoas que poderiam ser cartões postais da cidade. O problema se agrava quando chove, quando águas praticamente podres, entram nas casas e alagando tudo, afirmam os moradores do bairro Aviso.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), autarquia que atende a sede do município de Linhares, em anos anteriores informou ter 69,8% da rede coletora de esgoto sanitário. São décadas onde a prefeitura diz que notifica e retira ligações irregulares, mas os próprios moradores refazem as conexões, voltando a lançar esgoto no meio ambiente.