A Caixa Econômica diz que investiga o caso, e, se for comprovado o golpe, restituirá o valor ao cliente
Um trabalhador viu as economias de mais de 40 anos, guardadas em uma conta poupança, sumirem de um dia para o outro: R$ 233 mil foram transferidos para duas outras contas. A vítima reclamou que em nenhum momento foi comunicada dessa transação pela Caixa Econômica Federal. O caso está sendo investigado. O dinheiro sumiu da conta em setembro deste ano. “Era o dinheiro do meu fundo de garantia, desde 1975. No dia em que eu me aposentei, peguei esse dinheiro e fiz uma poupança”, contou o trabalhador.
A vítima conseguiu descobrir que R$ 5 mil foram sacados na boca do caixa. Depois, R$ 135,5 mil foram transferidos para uma outra conta e outros R$ 92,5 mil também foram transferidos para mais uma conta. Movimentações altas, mas o dono da conta garante que em nenhum momento algum representante do banco ligou para ele para se assegurar das transações.
“Quando você abre uma conta, tem lá a sua assinatura, pois você assina um monte de contratos, eles ficam com seu endereço, telefone, documentos. Eu acho que antes de eles fazerem uma transferência dessas tinham que ter entrado em contato com o poupador”, disse.
O trabalhador descobriu ainda que para conseguir pegar a quantia, o golpista foi até um cartório da cidade de Santo Antônio do Descoberto, interior de Goiás. Lá, se apresentou como verdadeiro dono do dinheiro e fez uma procuração cedendo poderes para uma outra pessoa movimentar a conta.
Isso aconteceu no dia 4 de setembro e no dia seguinte, com a procuração, conseguiu fazer as transferências. “Alguém se fez passar pela pessoa lesada e fez uma procuração outorgando poderes para uma outra pessoa. Essa pessoa trouxe a procuração para o Espírito Santo e reconheceu firma aqui, com o tabelião. Tudo com documentos falsos”, falou o advogado da vítima, Iran Martins Bastos.
O trabalhador procurou a Caixa Econômica Federal e fez um boletim de ocorrência na Polícia Civil, que transferiu o caso para aPolícia Federal. O advogado da vítima entrou na Justiça e acredita que houve falha no procedimento do banco.
“O banco é detentor do bem do correntista, dessa forma, transferindo valores indevido, negligenciou o poder de cautela que tem”, explicou o advogado Iran.
A vítima ainda precisou fazer uma verdadeira peregrinação por órgãos como o INSS, Detran e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Como a procuração dá plenos poderes ao golpista, ele teve que bloquear todos os documentos pra evitar que o estrago seja ainda maior. Mesmo assim, o medo continua.
“Tenho muito medo, não sei onde eles estão e nem quem fez isso”, falou a vítima.
OUTRO LADO: INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil foi acionada e que encaminhou o caso para a Polícia Federal, mas a PF informou que em casos assim, a apuração é feita pela própria Caixa Econômica Federal. A polícia só investiga se ficar confirmado que houve crime.
Já a Caixa informou que está investigando e que, se realmente for comprovado que se trata de um golpe, vai restituir o dinheiro. Informou ainda que está sempre aperfeiçoando os mecanismos de segurança para evitar que casos assim aconteçam. A Gazeta.